Vicente Dobroruka

ZARATHUSHTRA COMO HOMEM DO FINAL DA IDADE DO BRONZE: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORIGEM DO ZOROASTRISMO


Introdução: alguns pontos gerais de discussão

Considerar o plateau iraniano como parte exclusiva do mundo mediterrânico em sentido mais amplo é um erro grave, cada vez mais frequentemente apontado pela historiografia pós-colonial que, no caso da Antiguidade, busca sair do cadinho “formativo” de Grécia e Roma (e, com alguma condescendência, do mundo judaico também). É apenas para efeito didático que o mundo indo-iraniano em que se situa Zarathushtra será, neste paper, comparado a outras culturas mediterrânicas do final da Idade do Bronze (aprox. 1200 AEC).

Deve-se recordar que, ainda que com a advertência acima e a pretensão apenas didática, a ideia mesma de inserir Zaratushtra no contexto de outras culturas do final da Idade do Bronze é um parti-pris significativo. A discussão acadêmica acerca da origem de Zarathushtra (ou, em todo caso, dos textos que lhe são tradicionalmente atribuídos e do ambiente que retratam) nos conduz a três posições, a saber:

1. Zarathushtra teria sido um personagem concreto, um homem que reformou cultos indo-iranianos ou mesmo indo-europeus, e ele viveu numa sociedade pastoril, perturbada em alguma medida pelos eventos “globais” que anunciaram o fim da Idade do Bronze. Esta é a  posição mais popular e que tem Bartholomae, Christensen, Meyer, sBoyce e West como seus defensores mais conhecidos.

2. Zarathushtra teria vivido no séc.VI AEC, e seria um quase-contemporâneo de Ciro e Dario I; esta hipótese se encaixa bem (talvez bem demais) na teoria do “tempo axial” de Karl Jaspers. Jaspers, bem conhecido do público mais geral, propõe que os sécs.VI-V AEC teriam representado um ponto fulcral no desenvolvimento da civilização em geral, já que essa época viu o nascimento da tragédia, da historiografia (Grécia), do budismo, do confucionismo, da consolidação da tradição profética pré-exílica (Israel) e também do zoroastrismo. Nessa perspectiva metahistórica e altamente especulativa, Zarathushtra e suas ideias teriam influenciado ou condicionado a tolerância de Ciro e dos persas em geral para com seus súditos. Todavia, não é apenas no terreno especulativo que encontramos proponentes da ideia de que Zarathushtra teria vivido no séc.VI AEC; entre os principais expoentes desta ideia está Gherardo Gnoli, que sugere que Zarathushtra teria vivido entre 620-550 AEC baseados em investigações concretas. Convém lembrar que esta é a posição do pioneiro no estudo acadêmico do zoroastrismo, Anquetil-Duperron.

3. Zarathushtra teria sido um personagem mais ou menos “inventado”, síntese de diversas tradições religiosas que tomaram seu formato definitivo (i.e. como as conhecemos atualmente) durante as reformas religiosas dos Sassânidas, após 224 EC. A existência de um sacerdote chamado “Zarathushtra” na mesma época, só faz aumentar a confusão ligada a esta tese. Se um dos pontos fracos desta tese é que o mundo que Zarathushtra descreve nos Yašts (os hinos sagrados do Zoroastrismo) é demasiado “pastoril” (portanto incompatível com o Estado altamente desenvolvido, burocratizado e urbano dos Sassânidas), por outro não temos nenhum documento anterior ao séc.XIII que mencione Zarathushtra em contexto linguístico indo-iraniano – i.e. os manuscritos de que dispomos são tardios e ruins. O contra-argumento a esse problema (sem tocar na questão do mundo pastoril descrito nos Yašts) é que confundir a data do manuscrito como artefato (crítica externa) com a eventual datação de seu conteúdo (crítica interna) é um erro primário que mesmo um estudante recém-ingresso em qualquer graduação em História saberia evitar. Os principais expoentes dessa tese, a do Zoroastrismo e Zarathushtra como “invenção Sassânida” são, em primeiro lugar, James Darmesteter, ainda no séc.XIX; modernamente, Henning, Herzfeld, Taqizadeh.

São essas, em linhas gerais, as três datações possíveis para o personagem Zarathushtra, fundador da religião denominada Zoroastrismo. É opinião do autor deste paper que a tese no.1, que coloca Zarathushtra ao final da Idade do Bronze, é a correta; mas concedo que isso é impossível de provar cabalmente, dadas as condições dos manuscritos zoroástricos de que dispomos.

A tese no. 2 apoia-se na evidência direta grega e, metodologicamente, parece colocar “o carro na frente dos bois”: por sabermos pelo Antigo Testamento que Ciro e seus sucessores agiram com tolerância para com os povos integrantes do Império Persa, temos “logicamente” uma prova da “influência” do “benévolo” zoroastrismo sobre os governantes persas. Tantas aspas se fazem necessárias para ilustrar o quanto de indutivo, e não de dedutivo, implica essa tese. O uso quase exclusivo de fontes gregas para “datar” Zarathushtra com “precisão” soa risível por qualquer critério e, sabendo o que sabemos sobre os gregos e suas “invenções” de tradições, povos e fatos, não há motivo para se considerar a cronologia grega melhor do que qualquer outra.

A terceira tese é viável, embora esbarre num problema fundamental: se o zoroastrismo foi “inventado” no séc.III EC pelos Sassânidas, no conjunto de grandes reformas religiosas, como explicar que os Yašts sejam tão minuciosamente pastoris, semelhantes em muitos aspectos a Homero (que, qualquer que seja a datação que se lhe imponha, retrata um mundo não mais existente e que é típico do fim da Idade do Bronze) e aos textos védicos? Um autor, ou autores, que dedicassem a essa “fraude pia”, diria mesmo pseudepigráfica teriam de ser incrivelmente coesos em sua criação, ou recriação, do mundo pastril centro-asiático de onde deve ter vindo Zarathushtra. É difícil aceitar que isso tenha ocorrido; mais lógico é supor que a tradição oral dos textos sagrados zoroástricos foi colocada por escrito tardiamente.

A tese no.3 esbarra ainda em questões documentais mais elementares, como a descrição de Dio Crisóstomo dos “cantos” entoados pelos “magos” (provável alusão à récita do Avesta durante as cerimônias zoroástricas, prática que se mantém até os dias atuais). Teríamos ainda as referências helenizadas mas inequívocas de Diógenes Laércio e Plutarco, entre outros – todos bem anteriores ao começo do Império Sassânida.

Portanto, é a tese no.1 a defendida aqui. Feita a advertência ao leitor, examinemos como e porquê Zarathushtra pode ser considerado um homem do final da Idade do Bronze.

Para tratar especificamente de Zarathushtra como homem da Idade do Bronze, ou ao menos como personagem situado na Idade do Bronze, dispomos de hinos (i.e. de poesia, e poesia com métrica bem definida) que lhe são atribuídos e que mostram um universo sofrendo, em grande medida, o mesmo castigo que as civilizações do Levante em torno de 1200 AEC. Esses hinos são os Gaθas, compostos em avéstico.

Os Gaθas são os hinos atribuídos diretamente a Zarathushtra e constituem a parte mais importa da Yasna [Y], que é o ritual ou liturgia zoroástricos. Os 17 hinos atribuídos diretamente a Zarathushtra foram incorporados aos demais hinos na Y dos 72 capítulos; como fonte para a localização georgáfica da origem de Zarathushtra são bastante imprecisos, embora seja possível fazer uma “geografia” dos locais citados.

Independente do que se pense acerca da datação da vida de Zarathushtra – ou mesmo se ele existiu de fato ou não –, a “Profissão de Fé” no avéstico antigo (Y 12.1-8) é a primeira vez em que se vê a associação entre Zarathushtra e uma religião:

1. Eu amaldiçoo os Daevas.

Eu me declaro cultuador de [Ahura] Mazda, seguidor de Zarathushtra, inimigo dos Daevas, orgulhoso do ensinamento de Ahura [Mazda], devoto dos Ameša Spentas, adorador dos Ameša Spentas. Atribuo todo o bem a Ahura Mazda, “tudo o que há de melhor”, ao plano de Aša, esplêndido, pleno de glória, a quem pertence a vaca, de quem é Aša, de quem é a luz, “que possam as áreas que ele abençoou serem plenas de luz” .

[…]

3. Eu desejo liberdade de movimento e liberdade na escolha dos locais de habitação para aqueles com famílias, para aqueles que vagueiam pela Terra com seu gado [nova referência pastoril]. Por respeito a Aša, e pelos sacrífícios oferecidos ao alto, juro isto: ‘Eu jamais danificarei ou saquearei os acampamentos dos Mazdeístas, ainda que [para isto] tiver de arriscar vida e membros”.

[…]

7. Como crente nas águas, crente nas plantas, crente na bem-feita vaca [original], assim como é a crença em Ahura Mazda que criou a vaca e o homem, pleno de Asa; assim como a crença de Zarathushtra, a crença do Rei Vishtaspa, a crença de Frashaostra e Jamasp; [bem como] a crençaem cada um dos Saoshyants – que completarão o destino e são plenos de Aša – assim eu sou um adorador de Mazda, de sua crença e de seus ensinamentos.

8. Eu me declaro cultuador de Mazda, um zoroastrista, tendo jurado e professado isso. Me consagro ao pensamento bem-originado, me consagro à palavra bem-dita, me consagro à ação bem-feita.

[…].

Por outro lado, o primeiro “protetor” de Zarathushtra, o “rei” (“kauui”, Av.) Vīštāspa tem localização incerta. O grupo denominado “Tūra Friiāna” (Y 46.12), portanto associado ao plateau turaniano no centro da Ásia é indentificação mais segura, já que participam de um ritual “conjunto” concebido por Zarathushtra

Portanto, ver Zarathushtra como homem da Idade do Bronze é uma entre três possibilidades. Não é tese unânime e possivelmente está fora de moda. Todavia, creio ter alinhavado acima os argumentos mais importantes em defesa dessa tese: relembrando os argumentos expostos, imaginar que não se tenha nos Gāθās a colocação por escrito de uma tradição oral faz pouco sentido – e soa absurdo ao se levar em conta apenas a data dos mss. disponíveis (o que muitos acadêmicos fazem). Também seria estranho imaginar TODO um mundo semelhante ao que vemos ao final da Idade do Bronze “inventado” no séc.III EC ou depois. Seria um esforço inimaginável mesmo para um autor de ficção histórica contemporâneo.

A estes argumentos poderíamos acrescentar os linguísticos. Mas o leitor já deve ter percebido que, pela quantidade de referências em MP neste artigo, as referências em línguas mais antigas (ou, diriam os defensores das teses 2 e 3, supostamente mais antigas) são poucas, controversas ou reconstituídas, do O.Ir. ou do *PIE. Temos de nos satisfazer com o essencial: o Avesta (em avéstico) e o Zand, o “comentário” em MP ao Avesta. E o mundo do Avesta revela, mesmo que dentro de um universo “ficcional” (como pretende Kellens) uma geografia para Zarathushtra, sua vida e espaços percorridos. Situado num universo pastoril e bipartido típico das sociedades indo-europeias (outro termo fora de moda), com pastores de um lado e guerreiros de outro, Zarathushtra veio do Nordeste do planalto iraniano – do centro da Ásia, portanto.

Todavia, no Avesta “antigo” temos poucas referências aos aspectos biográficos da vida de Zarathushtra. O Avesta “jovem” acrescenta muitos detalhes – presumivelmente, oriundos da trdição oral – mas ainda assim não podemos nos basear nem no Avesta como um todo nem nos Gāθās em particular para estabelecer uma “biografia” de Zarathushtra.

 

O mundo pastoril do final do Segundo Milênio AEC e seus predadores

Ao todo, são 17 referências à vaca e outras 31 referências ao gado, na Y apenas.

Vimos acima, na Y 12, que entre os itens da profissão de fé zoroástrica mais antigos estão o respeito à vaca – ela aparece por duas vezes, naquele trecho. Outras 15 vezes noutras passagens da Y.

Por comparação com a Ilíada, o grande poema épico ambientado ao final da Idade do Bronze (é certo que, por ter passado por inúmeras etapas redacionais, orais ou escritas, o que temos da Ilíada é, em si mesmo, um eco confuso de práticas da Idade do Bronze mal-compreendidas após o séc.IX AEC). Ainda assim, os termos que relacionam temas “pastoris” aos heróis homéricos são frequentes, porém dotados de sentido completamente diferenre: em Homero, a façanha heróica é um fim em si mesmo. Odisseu é o “eversor de cidades”: o mesmo se vangloria de façanhas quanto ao saque de gado.

O mundo pastoril descrito na Y é um mundo ameaçado: os daevas são, de modo concreto, auxiliados em seu rastro de destruição e saque (o que inclui o roubo ou matança de gado) pelos “bandidos” deplorados por Zarathushtra. Se compararmos apenas as narrarivas de Homero com os textos mais antigos da Y, temos uma justaposição interessante – a vaca e o gado são protagonistas nos dois casos, no homérico como troféu de guerra dos heróis; na Yasna, como prova de iniquidade, devastação e, portanto, aliança ao deus das trevas, Angra Mayniu.

Uma das três possibilidades de juízo final no zoroastrismo (distinta das cronologias vistas acima na Bundahišn) também mantém algo do universo das estepes: o cavalo. O Yašt 8 (Tistriia Yašt) apresenta o combate final entre as forças da ordem contra as forças do caos como um duelo entre dois garanhões.

Nada mais diferente poderia ocorrer no texto homérico, onde a perda do vigor juvenil é lamentada em conexão com a incapacidade de (voltar a) roubar gado na Ilíada 11.668-679:

Pois minha força já não é a de antes em meus fracos membros. Gostaria de ser como era quando jovem e minha força era firme como quando das guerras entre os Eleanos e nosso povo com relação ao roubo de gado, [e] naquela ocasião matei Itimoneu, o poderoso filho de Hipeirócos, um homem que vivia em Elis, quando eu estava levando embora o que havíamos tomado [i.e. saqueado] em represália; e ele, lutando por seu gado, foi atingido na fronte por uma lança de minha mão; e ele caiu, e todo o seu povo fugiu em terror. E que grande botim carregamos da planície, 50 rebanhos de gado”.

Na Y 9, é a própria vaca quem declara sua repulsa aos que a maltratam, numa de muitas referências pastroris contrárias aos que ameaçam o modo de vida de Zarathushtra e seus (primeiros) conversos.

Além dos aspectos pastoris (em si mesmos suficientes, em minha opinião, para justificar a concepção de Zarathushtra como homem do final da Idade do Bronze) temos ainda os componentes geográficos (vagos, como visto acima, mas presentes nos Gāθās) e aqueles propriamente “legislativos”: Zarathushtra é um nomoteta, tanto quanto Moisés. Mas ao contrário deste último, há muito mais razões para se crer na existência de um Zarathushtra “de carne e osso” do que no mesmo para Moisés. O caráter pseudepigráfico do Pentateuco mostra um personagem muito heterogêneo (ainda que mais presente) do que os Gāθās mostram em Zarathushtra.

 

Referências

Vicente Dobroruka é Prof. da Universidade de Brasília

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